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O Dia Que Tudo Mudou, Diagnóstico da ELA.

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Recentemente, vivi uma experiência surpreendente que me fez refletir sobre o poder das conexões e das redes sociais. Após compartilhar uma publicação em um grupo do WhatsApp, fui procurada por uma pessoa do meu passado. Para minha surpresa, ela ficou bastante impactada ao descobrir que eu havia recebido o diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), assim como a mãe dela. A reação dela foi de choque, mas também de muita curiosidade. Tanto ela quanto sua mãe queriam saber mais sobre minha trajetória: como foi receber o diagnóstico, quais foram os primeiros sintomas e sinais que notei, e como tudo isso mudou minha vida.

Esse reencontro inesperado me motivou a compartilhar aqui, no blog, detalhes dessa jornada. 

No início da minha jornada com a ELA, os primeiros sinais que percebi foram uma fraqueza nas pernas e uma falta de equilíbrio que me deixava insegura ao caminhar. Às vezes, a sensação era tão estranha que parecia até que eu não tinha pernas – uma espécie de dormência ou formigamento difícil de descrever. Com o passar do tempo, esses sintomas foram se tornando mais frequentes e intensos, a ponto de pequenas tarefas do dia a dia começarem a exigir mais esforço e atenção do que o normal.

Essas mudanças, aparentemente sutis no começo, foram os primeiros alertas de que algo não estava bem com meu corpo. Hoje sei que esses são sintomas comuns do início da ELA, como a fraqueza muscular localizada, perda de equilíbrio e até mesmo sensação de dormência ou instabilidade ao andarForam 12 meses de incertezas até chegar ao diagnóstico final. Um ano inteiro de exames, consultas, dúvidas, preocupação e muita angústia. A cada novo teste, surgia a esperança de uma resposta, mas também o medo do que poderia estar por vir.

Tudo mudou quando uma amiga da época da faculdade me indicou um neurologista. Ele foi fundamental nesse processo: pediu exames detalhados, como ressonância magnética, eletromiografia e até uma punção da medula óssea. Foi através desses exames que, finalmente, veio o diagnóstico: Esclerose Lateral Amiotrófica.

Olhar para trás e lembrar desse caminho não é fácil, mas acredito que compartilhar essa experiência pode ajudar quem está passando por algo parecido. O processo é doloroso, mas encontrar profissionais certos e pessoas que nos apoiam faz toda a diferença


O Dia do Diagnóstico: Uma Memória que Não Se Apaga

O dia 30 de novembro de 2013 está gravado na minha memória como se fosse ontem. Foi nessa data que recebi o diagnóstico definitivo, e nada poderia me preparar para o impacto daquele momento. Fui acompanhada por uma amiga querida, que esteve ao meu lado durante todo o processo, me dando força e apoio quando eu mais precisava.

Lembro de cada detalhe daquele dia: desde o nervosismo no caminho até o consultório, até as palavras do doutor neurocirurgião, que ecoam na minha mente até hoje. Era impossível não reparar nos pequenos detalhes que, de alguma forma, ficaram marcados. Eu vestia uma camiseta listrada em preto, vermelho e branco, uma calça jeans de cós alto, sapatilha de estampa de onça e carregava uma bolsa em um tom de salmão. Esses detalhes, aparentemente simples, se transformaram em símbolos de um dos momentos mais marcantes da minha vida.

As palavras do médico foram diretas, mas ditas com cuidado. Senti um misto de alívio por finalmente ter uma resposta e, ao mesmo tempo, um medo imenso do que viria pela frente. Ter minha amiga ao meu lado fez toda a diferença, tornando aquele dia um pouco menos solitário. Compartilhar essa lembrança é uma forma de mostrar que, mesmo nos momentos mais difíceis, o apoio de quem amamos e os detalhes que nos cercam podem se tornar fontes de força e coragem para seguir em frente.

 
 
 

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